Mindfulness para dor crônica

Se você convive com a dor crônica, é primordial olhar para o seu estilo de vida.

A dor é multifatorial, ou seja, pode ser provocada por diversos fatores diferentes e complementares. Portanto, nossa estratégia de enfrentamento também precisa ser multifatorial.

Por isso, para tratar a dor crônica, precisamos falar sobre um estilo de vida focado no seu bem estar.

É comprovado: quando você está fazendo algo que gosta, a tendência do cérebro é desfocar da dor e focar no prazer.

As técnicas de mindfulness (atenção plena no momento presente), por exemplo, trabalham a satisfação no aqui e agora.

Faça este exercício agora:
Feche seus olhos e preste atenção no barulho à sua volta.
Escute com atenção os sons que você não percebe normalmente. o cachorro latindo longe, o garfo tocando em um prato distante, a conversa abafada há alguns metros. Agora perceba como a única coisa permanente é o silêncio.
Os sons vêm e vão, passam, e o silêncio sempre retorna. Escute o silêncio. Agradeça pelo dom da escuta, pelo presente que é estar presente.

 

Este é um exemplo de exercício de mindfulness que trabalha a percepção do aqui e agora e é uma das estratégias comprovadas na redução da sensação de dor.

Se você gostou da experiência, vai gostar do livro “Atenção Plena”, de Mark Willians. É uma excelente indicação para trabalhar esta técnica no su cotidiano.

Terapia do riso pode ajudar no tratamento da dor

O estudo “Terapia do Humor: Aliviando a Dor Crônica e Aumentando a Felicidade para os Idosos”, mostrou que o humor pode ajudar a diminuir a sensação de dor.

 

Como foi o estudo?

Pesquisadores fizeram um estudo experimental com dois grupos de idosos que sofriam com dor crônica há mais de 3 meses, em uma casa de repouso.

Grupo 1 – Participou do programa “Terapia do Humor”.
Grupo 2 – Não participou (grupo de controle).

 

Como era o programa?

1 hora por semana, durante 8 semanas.

Os participantes faziam trabalhos com estímulos, como: livros e fotos engraçadas, piadas do dia, áudios e vídeos engraçados, desenhos animados, notícias engraçadas, reflexões…

Além disso, eram estimulados a priorizar o humor em suas vidas cotidianas, rindo e compartilhando as histórias engraçadas que vivenciara.

 

Depois do programa de terapia do riso:

Grupo 1 – Diminuição da dor e da percepção da solidão. Aumento significativo na felicidade e satisfação com a vida.
Grupo 2 – Não houve alterações significativas.

 

O que isso significa?

Rir, se divertir, assistir comédias, buscar o humor, pode ajudar como forma complementar no tratamento.

O estudo afirma que a “Terapia do Humor é uma intervenção não farmacológica eficaz!”.

Médicos e outros profissionais de saúde podem incorporar o humor, o riso e a alegria no cuidado com seus pacientes.

Hérnia de disco pode deixar paraplégico?

Já perdi as contas de quantos pacientes chegam ao consultório com medo de ficarem paraplégicos por conta de uma hérnia de disco.

São casos RAROS, mas podem acontecer. Geralmente acontece com hérnias de disco CAUSADAS POR TRAUMAS, como quedas ou acidentes, que podem causar uma compressão importante da medula.

👉 E existem casos em que pacientes com uma hérnia “clássica” (que não foi causada por um trauma) ficaram paraplégicos?

SIM! Embora extremamente raro, pode acontecer.

Um exemplo é o relato de caso do estudo “Sudden Paraplegia Caused by Nontraumatic Cervical Disc Rupture: A Case Report”, em que uma paciente de 38 anos apresentou paraplegia “de repente”, assistindo televisão, sem ter sofrido nenhum trauma anterior.

Nesses casos, podem acontecer rupturas do disco cervical, torácica ou lombar. E essas rupturas podem comprimir a medula de forma aguda e importante, podendo deixar o paciente paraplégico.

👉 Mas vale ressaltar que a paraplegia de início súbito não traumático devido à hérnia de disco cervical é MUITO RARA. Para se ter uma noção, até a data em que este estudo foi publicado, apenas 10 casos tinham sido relatados na literatura.

📌 Referências:

“Sudden Paraplegia Caused by Nontraumatic Cervical Disc Rupture: A Case Report”. Publicado em: Korean Journal of Spine. Autores: Sung Min Kim, Byeong Sam Choi, and Sungjoon Lee. Fonte: US US National Library of Medicine National Institutes of Health | National Center for Biotechnology Information (NCBI).