Sintomas de depressão em pacientes com fibromialgia

Você sabia que depressão e dores crônicas estão intimamente conectadas?

Alguns estudos mostram que pacientes portadores da síndrome fibromiálgica são mais suscetíveis aos pensamentos e sentimentos negativos.

E é claro que esses pensamentos impactam no cotidiano e na qualidade de vida da pessoa, que pode se afastar até mesmo das suas atividades diárias e convívio social.

E isso é um ciclo, pois os sintomas depressivos aumentam os sintomas da fibromialgia que, por sua vez, podem reforçar a depressão.

Segundo o livro “A ciência da dor: sobre fibromialgia e outras síndromes dolorosas”, os sintomas depressivos da fibromialgia podem se manifestar em alguns sintomas, como:

  • Estado de hipervigilância. Ou seja, a pessoa consegue viver sua vida e fazer atividades diárias, mas sente que as pessoas ao redor e os ambientes os quais frequentam dependem ele para funcionar adequadamente.
  • Se sente muito responsável por tudo e todos.
  • Apresenta pouco interesse em momentos de prazer e afeto, como o sexo.
  • Forte tendência à catastrofização.
  • Sensação frequente de angústia.
  • Sentimento de solidão.
  • Desesperança e limitação.
  • Distúrbios do sono.
  • Concentrar suas preocupações em torno de si, de suas dores e de seus problemas.
  • Enxergar-se como incapaz.
  • Não conseguir controlar pensamentos ruins sobre a doença.
  • Sentimento de desamparo e abandono.

Ou seja, os sintomas psicológicos são muito importantes e tratar a depressão faz parte do tratamento da fibromialgia.

Procure um fisiatra para bolar um plano de tratamento completo e um bom psiquiatra para fazer parte desta jornada com vocês.

Janeiro Branco: a dor crônica e a saúde mental

Como sempre conversamos por aqui, o impacto das dores crônicas na saúde mental é uma consequência real da doença e, por isso, nunca devemos deixar de dar atenção especial a esta questão.

E com o objetivo de convidar as pessoas a refletirem sobre a saúde mental e a importância da prevenção do adoecimento emocional, a campanha Janeiro Branco é uma iniciativa que visa colocar esse tema em evidência.

A campanha tem esse nome em referência ao primeiro mês do ano, onde em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensaram em suas vidas, emoções e sentidos existenciais, bem como, estão mais dispostas a um reinício, a uma nova forma de atitude e , consequentemente, de ter esperança.

Pensando nisso, vamos focar na ideia de cuidar da saúde mental aproveitando a campanha do Janeiro Branco e reforçando a necessidade desse cuidado para quem sofre de dor crônica.

Relação entre dor crônica e saúde mental:

A dor crônica e a saúde mental estão fortemente associadas.

Doenças como depressão, fobia social, e transtorno de pânico podem ser comuns em pacientes portadores de dor crônica.

A ansiedade e a depressão podem piorar a dor crônica, assim como, a dor pode exacerbar problemas de saúde mental.

As condições da dor crônica são notoriamente mais difíceis de diagnosticar, o que posterga um tratamento eficaz, causando frustração mental e emocional.

Porém, existem muitos tratamentos eficazes contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de dores crônicas e problemas de saúde mental.

Aqui o importante é usar a Campanha do Janeiro Branco para alertar você, paciente de dor crônica, sobre a importância de se manter saudável emocionalmente, até para que você saiba lidar com a doença em si.

Já vimos que o suporte emocional e tratamento psicológico adequado ajudam os pacientes a terem uma vida mais estável e a recuperarem a auto estima.

Cuidado mental e estilo de vida:

É possível fazer uma grande diferença em como você se sente física e emocionalmente, desde que você não descuide da importância de manter a sua saúde mental para lidar com a dor crônica.

Para isso, cuidados diários com a sua saúde mental devem se tornar hábitos para um estilo de vida duradouro.

Vou sugerir algumas estratégias que podem te ajudar no dia a dia. Mas não esqueça: Primeiro passo é individualizar sua conduta diante da sua realidade e das suas possibilidades. Cada paciente tem uma história e uma realidade diferente.

  1. Encontre e participe de uma atividade que seja significativa para você;
  2. Estabeleça o seu ritmo. Faça pausas quando necessário;
  3. Mantenha-se socialmente engajado. O isolamento social pode piorar a depressão e a dor crônica;
  4. Encontre adaptações para atividades que têm mais valor para você.
  5. Use um aplicativo de meditação e experimente técnicas de gerenciamento de estresse, como ioga e respiração profunda;
  6. Siga uma dieta anti-inflamatória, que pode ajudar com dores crônicas e fadiga;
  7. Experimente exercícios aeróbicos de baixo impacto, que podem aumentar as endorfinas, aliviar a dor, restaurar o tônus muscular e aumentar sua sensação de bem-estar;
  8. Durma melhor. O sono desempenha um papel importante na modulação da dor e na recarga de suas energias. Siga uma rotina de sono antes de ir para a cama, como por exemplo, a meditação. Mantenha as luzes fortes longe de seu quarto e desligue todas as telas pelo menos uma hora antes;
  9. Adote um animal de estimação, se puder. A terapia com animais de estimação oferece companhia e também pode tirar você de casa, ajudando a reduzir o isolamento.
  10. Faça terapia com um profissional especializado em tratamento para pacientes de dor crônica.

E então, vamos aproveitar o Janeiro Branco e colocar a nossa saúde mental como prioridade neste ano que se inicia?

Sua saúde mental e emocional importam!