Quando falamos de exercício físico para o controle da dor, muita gente pensa que é devido ao fortalecimento dos músculos. Mas não é só isso: o exercício funciona como um analgésico para a dor.
Como funciona?
O sistema nervoso é “neuroplástico”, o que significa que as alterações que ocorrem no estado de dor crônica podem ser revertidas.
Vários estudos têm demonstrado que o exercício melhora a dor mesmo na ausência de melhoras da força, flexibilidade ou resistência.
Ou seja, ao fazer atividade física não trabalhamos apenas o fortalecimento muscular isolado dos músculos dolorosos. Trabalhamos o efeito analgésico que o exercício proporciona ao corpo.
Ao utilizarmos o exercício como analgésico, a plasticidade cerebral relacionada à dor crônica é modificada.
Alguns estudos já mostram que o exercício não precisa ser focado no local da dor, já que seu efeito é sistêmico e atua no corpo inteiro.
O exercício feito na parte não dolorosa do corpo pode ter efeitos analgésicos sobre a parte dolorosa, já que os mecanismos da dor crônica vão além de um único ponto local.
Então, uma pessoa com dor crônica no ombro, por exemplo, pode exercitar as pernas e poderá ter os benefícios das substâncias liberadas na atividade física sentidos, inclusive, no alívio da dor no ombro.
Por que isso acontece?
Existem várias teorias. Uma delas é sobre a atuação da atividade física nos neurotransmissores.
Por exemplo, o exercício aumenta a liberação de serotonina, que promove analgesia e ativa uma via inibitória de dor.
Também pode influenciar outros neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, aliviando a sensação de dor.
Além disso, já temos evidências de que as alterações moleculares e celulares na coluna vertebral e cérebro no estado de dor crônica podem ser revertidas com exercício.
Ou seja, não faltam motivos e evidências científicas para pessoas que convivem com dor fazerem atividade física.
Mas, lembre-se de que qualquer exercício deve ser supervisionado por um educador físico especializado e acompanhado pelo seu fisiatra.