Dicas de lazer para pessoas com dor crônica

Faça alguma atividade ao ar livre

Sair de casa pode trazer ótimos benefícios para pessoas com dor crônica.

Leia um livro na praia, na praça, assista ao pôr do sol ou ao menos vá para a calçada!

Só de sair e ver o movimento já pode aumentar a sensação de bem estar.

 

Atividade física de baixo impacto

Caminhada ao ar livre, dançar, fazer pilates ou academia com acompanhamento.

Atividades físicas liberam substâncias que geram sensação de felicidade e ajudam no controle da dor.

Vale lembrar que toda atividade física deve ser feita com acompanhamento profissional.

 

Veja filmes de comédia

Já falamos aqui sobre a terapia do riso, que é a abordagem da risada como estratégia de enfrentamento à dor.

Não economize nos filmes e séries de comédia, stand-up comedy, vídeos de piadas e pegadinhas… isso pode te fazer muito bem!

 

Escute músicas alegres

Ouvir suas músicas favoritas pode ajudar a elevar o bem estar!

Mas, cuidado: escolha apenas faixas alegres e positivas.

Músicas melancólicas e nostálgicas podem trazer o efeito contrário.

 

Pratique meditação

Mindfulness é uma estratégia comprovada no controle da dor.

Insira a meditação de vez na sua rotina e veja os benefícios dessa prática por si mesmo.

 

Passe um tempo com pessoas que você ama.

Cultive seus afetos! Faz bem para a alma.

Não se compare com quem você era antes da dor

A dor crônica pode trazer consigo uma sensação de perda.

A perda da liberdade de movimento, a perda de como você costumava se sentir e de atividades que antes eram simples.

E, muitas vezes, focar nessa sensação pode alimentar o apego ao passado, o que pode tornar a experiência ainda mais dolorosa.

Em meio às lutas diárias é fundamental lembrar de um princípio essencial: não se compare com quem você era antes da dor.

Você, hoje, é uma nova pessoa.

Uma pessoa que enfrentou desafios e obstáculos que muitos nunca compreenderão.

Sua resiliência, força e determinação merecem o seu reconhecimento.

Não se compare com a sua versão pré-dor, mas sim com a pessoa que cresceu e evoluiu enfrentando esses desafios e está aqui lendo este texto.

Aceitar a pessoa que você é hoje, com todas as suas experiências e cicatrizes, é um ato de amor próprio e o primeiro passo para o autoconhecimento desta nova “eu” que está aí, nesta etapa da sua vida.

Uma “eu” mais resiliente, forte e determinada.

Orgulhe-se de você.

O que é autocompaixão na dor crônica e o que não é

É autocompaixão:

  • priorizar o seu bem estar
  • executar o tratamento de forma comprometida
  • focar no processo e não nos resultados
  • trabalhar a aceitação
  • permitir-se descansar
  • dar pequenos passos para seus objetivos pessoais
  • viver o momento presente
  • afastar-se de pessoas e ambientes tóxicos
  • cuidar do seu ambiente para que seu espaço te dê paz
  • cultivar novos sonhos

Não é autocompaixão:

  • render-se à não aceitação
  • deixar de ir a lugares que te fazem bem
  • se sobrecarregar
  • deixar o medo das crises te paralisar
  • ser refém das comparações
  • rigidez
  • focar no passado
  • tentar suprir e dar conta de tudo, mesmo com dor
  • dizer sim quando quer dizer não
  • deixar de fazer coisas que te dão prazer

Comece a se priorizar!

“Está com dor crônica e continua indo à praia?”

Outro dia, uma paciente me contou que ouviu esta frase agressiva de uma conhecida.

Ela se sentiu mal com a pergunta passivo-agressiva (com razão), afinal, estar na praia é um momento de prazer, que faz bem e, mesmo ali, com os pés fincados na areia, minha paciente estava convivendo com a dor.

Como médica, minha recomendação é: está com dor e gosta de praia? Vá à praia, sim! Vá, olhe o céu azul, sinta o aroma da brisa do mar, o focinho da areia nos pés…

Tome uma água de côco geladinha, escute os pássaros, o som do oceano e dos jovens jogando altinha.

Viva seu momento de prazer plenamente!

Isso é mindfulness. É estar presente nas sensações e é estratégia comprovada para diminuir a sensação de dor.

Quando você está fazendo algo que gosta, a tendência do cérebro é desfocar da dor e focar no prazer. Portanto, viva um estilo de vida focado no que te faz bem e feliz!

E se alguém questionar que você está fazendo algo que você ama durante uma crise de dor, pode responder: foi minha médica quem recomendou!

Trabalhando a autoaceitação

A resistência nos atrasa e, a aceitação pode nos ajudar a encontrar estratégias para lidar com os cenários que compõem a nossa realidade, pois a realidade é como é.

Por isso estou compartilhando com vocês alguns trechos do livro “Manual de Mindfulness e Autocompaixão: Um Guia Para Construir Forças Internas e Prosperar na Arte de Ser Seu Melhor Amigo”.

“Mindfulness não envolve apenas prestar atenção ao que está acontecendo no momento presente. Também envolve certa qualidade de atenção – aceitar o que está acontecendo, sem se perder em julgamentos de bom ou mau. Essa atitude é frequentemente descrita como não resistência. Resistência se refere ao conflito que ocorre quando achamos que nossa experiência momento a momento deveria ser diferente do que é.

Por exemplo, a resistência ao trânsito na hora do Rush poderia ser assim: Droga! A rodovia está totalmente bloqueada. Vou me atrasar para o jantar mais uma vez! Não acredito que aquele idiota tentou cortar a minha frente logo na ladeira. Estou tão incomodado com isso que a vontade é de gritar!!

Aceitação significa que, mesmo que possamos não gostar do que está acontecendo, reconhecemos que está acontecendo e podemos relaxar quanto ao fato de que as coisas não são exatamente da forma como queremos que sejam.”

A autoaceitação faz parte do tratamento.

Viver com dor e mais qualidade de vida é possível!

 

Montando um quadro de dor

A dor nunca é isolada, é sempre resultado de uma série de fatores, como “pecinhas” de um quebra-cabeça, que vamos montando até entender o quadro geral.

É por isso que um desentendimento no trabalho ou uma briga com o marido podem contribuir para o aumento da dor. Não por ser a causa em si, mas pode ser uma das pecinhas importantes desse quebra-cabeça.

O “quebra-cabeça” da dor e incapacidade

Saber como é o dia a dia do paciente, se a sua casa tem ou não escada e sua relação com os colegas de trabalho são alguns exemplos de informações valiosas para o trabalho do fisiatra.

Isso por que o fisiatra avalia a pessoa como um todo, já que vários aspectos influenciam na sensação de dor, na funcionalidade e na qualidade de vida do paciente.

É nosso papel tentar entender as “pecinhas” do quebra-cabeça daquela pessoa que podem estar contribuindo para o aumento da dor e diminuindo a função.

Além disso, o fisiatra tem a visão de avaliar e melhorar a função da pessoa.

Ajude a melhorar mais vidas! Envie para quem precisa ler esse conteúdo!